sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Provatis Provarum

Bem... Depois de testar os meus conhecimentos Lingüísticos e IELPicus, acho que o meu cérebrorum está better! Or not! Depois da mesma aula de clássicos de quarta, veio a provorum de Lingüística. Eu lutava por 2 pontos, afinal, tenho que passar (eu quero LATIM) será tão difícil assim passar? Acho que não. E assim foi-se a Lingüísticaca com as suas mínimas conversacionais! Que coisa mais interessante... Mas o problema da prova foi o seguinte: deixou o meu cérebro esgotado... então imagina o que aconteceu... Tava cansado. Sabe o que eu me lembrei? Semana passada, ao descer do ônibus, vi a mariposa passar. Até lembrei da músicorum: estava à toa na vida, o meu amor me chamou pra ver a banda passar tocando coisas de amor... O luar estava magnífico. Admirei um pouco o luar, distraído, pois o meu ônibus iria demorar pra passar. Ouvi o apito do segurança da rua. Lá vinha ele com a sua moto e o seu apito. Normalmente ele ficava no ponto, mas fazia tempo que não aparecia. Cumprimentei-o e perguntei o motivo do sumiço e ele explicou que agora virava a noite, dia sim dia não. Ele também falou que fazia uns cinco dias, encontraram um homem morto num terreno baldio da Avenida Industrial. Parece que foi um travesti que o matou. O pescoço dele estava todo ensangüentado. Estranho né... Mas não comentaram muito esse fato. E ainda não identificaram o coitado. Isso o que dá freqüentar a Industrial (conhecida em Santo André por ser ponto de travestis). O segurança despediu-se e continuou a sua ronda. Nisso, sentei-me e continuei a esperar meu ônibus, que não demoraria muito. O morcego voltou a aparecer hoje. Distraio-me muito facilmente, ao ficar olhando o morcego, num percebi que um ônibus vinha, porém, virei e consegui dar o sinal. eu sou muito distraído, sabia?
E quarta então... aconteceu uma coisa muito interessante... nesse momento de desembarque! Após falar “boa-noite, seu T.”, desci do ônibus branco para esperar o ônibus azul e assim, chegar em casa. A mariposa estava passando. Voava graciosa como sempre e logo sumiu na escuridão. Olhei no relógio. Faltava cinco para meia-noite. Estava sozinho no ponto, o que era normal. O movimento no trânsito estava péssimo, não passava uma alma viva.
Reparei que dobrava a esquina uma mulher. Não era velha não, aparentava vinte ou vinte e dois anos. Trajava um bonito vestido azul. Eu já falei pra vocês que a cor azul é uma das minhas favoritas? Só perde mesmo para o roxo! Retornando (ou seja, fechando o parêntese), a moça era muito bonita. Os cabelos negros brilhavam sob a luz do luar. Calçava um tênis qualquer e vinha em minha direção. Pensei que passaria direto, porém parou no ponto e disse-me:
- Boa noite. O senhor sabe onde fica a Rua das Figueiras?
- Claro – respondi – Vire à esquerda, a terceira rua.
Bem, um dos motivos pelo qual desço naquele ponto é simples: o CEFAM era ali por perto, na Rua das Figueiras. Então, quando tinha que receber, ia para o banco que ficava na esquina, perto do hospital, em frente ao Parque Celso Daniel. E na hora de almoço, de vez em quando passeava naquela região. A mulher parecia que me admirava. Percebi que a face dela era de uma tonalidade clara, uma vez que aquelas luzes laranja fazem a todos parecerem laranja!
- Ah! Eu sempre fico perdida por aqui! Acabei de me mudar. – disse a mulher cortando as minhas digressões.
- Eu estudei por aqui algum tempo... Logo você, digo, a senhora se acostumará.
- Pode usar você mesmo, não sou tão velha assim, desde que eu também o chame por você.
- Ok. Combinado. Você mora onde? A mulher acabou de se sentar ao meu lado. Os seus cabelos negros mexiam com a suave brisa que passava. O meu cabelo já estava aquela maravilha. Como diz minha mater, fica sempre com a franjinha, me fazendo parecer um retardado. Percebi que a moça olhava perdidamente para o parque. Nisso, despontou o meu ônibus. Disse em quase inaudível “tchau”, fiz o sinal e embarquei no ônibus. Como estava cansado! Queria a minha cama! Queria tanto que perdi a hora! Toda quinta-feira eu vou à feira com a minha vó (ela mora perto, 25 minutos até a casa dela). Ela gosta de ir para a feira 9 horas da manhã. Eu acordei às 8:30. Liguei e falei para ela ir sem mim que eu a encontraria lá na feira. E não é que consegui... mesmo aparecendo na feira as 9:30, ela não tinha comprado nada: ficou conversando! Depois de almoçar na casa dela, fui estudar o Preti... O cara é muito radical! Eu cheguei a uma conclusão: o pobre, criminoso, marginalizado e estudante universitário falam gíria, enquanto os médicos, engenheiros, professores doutores utilizam o jargão! Bizarro (em homanagem a G.)! Na Usporum, fui ao bandeijorum. Salada de beterraba com cebola (eca!) Depois estudei a maledeta bíblia azul para utilizá-la pela última vez! Amém, amém, aleluia! A prova de IELP não foi tão difícil assim... a resposta da do tópico estava no próprio livro... Isso o que dar estudar né? Mas sei lá se fui bem! Só sei que a noite estava quase acabando... Era só chegar em casa! Caros leitores sabiam que eu estou gostando de contar para vocês essas esperas que faço... É o momento mais digressivorum que tenho. E vamos a ele!
Ao descer do ônibus branco, sentei como de costume no banco à espera de meu ônibus. Tinha a impressão de que hoje ele demoraria. Intuição, talvez. Bem e estava eu a esperar aquele beneditus ônibus. Não passou o segurança, não passou nem morcego, nem mariposa. Estava um verdadeiro deserto aquela avenida. Não tinha nenhuma ambulância estacionada nem nada. Somente uma suave brisa bagunçava os meus já bagunçados cabelos. A lua permanecia no céu. E eu cantarolava (uma das minhas músicas eclesiásticas).
Começo a admirar a lua. É muito bom fazer isso, assim viajo em pensamentos. E ônibus iria demorar mesmo (deve ter passado mais cedo). Posso dizer que os meus sensores de presença estavam desligados. Pensava no que aconteceria no futuro, aproveitando a lua do presente. Nisso, fui acordado desse estado ômega por uma voz bonita e feminina perto de meus ouvidos.
- Boa noite!
Imagina o susto que eu levei. Meu cordium batia apressado. A moça que estava perdida outro dia aparecera novamente e estava rindo da minha cara com o susto que eu levei. Ela estava também muito bonita. Trajava um conjunto esportivo branco. Parecia que fazia cooper. Consegui ver os olhos azuis que ela tinha. Acho uma tonalidade muito interessante azul... Eu tenho, dependendo da luz ou do meu estado de humor, olhos castanhos claros ou um pouco verdes... Estranhorum não?
- Desculpe, eu não pude resistir. – disse em meio a um sorriso a mulher. – Acho que não fomos apresentados, sou Patrícia.
- Glauber. – respondi – mas da próxima vez, não me assuste.
- Tudo bem. Posso me sentar?
- Claro, Patrícia. Você não tem medo de praticar cooper durante a noite? – perguntei.
- Não... Sinto-me mais segura à noite. Não vê minha cor de musa do verão? – disse Patrícia levantando a manga do moletom e mostrando a sua cândida pele. – esperando o ônibus?
- Sim... Acho que o bendito passou mais cedo. Mas daqui a pouco (quer dizer, dez para a uma) passa outro. Você vive com seus pais?
- Não... Vivo sozinha. Eu sou dona do meu próprio nariz. – riu Patrícia – E você, sendo assim tão jovem, faz o que aqui tão tarde?
- Faço faculdade em São Paulo, Letras. Tenho de pegar dois ônibus para chegar em casa. Vê como sou forte? – fiz mais uma vez uma piada sem graça.
- Bobo! Você deve morar com seus pais. Estou certa?
- Você deveria ser vidente! Mas seria uma meia boca! Moro só com a minha mãe e minha irmã. Meus pais são separados.
- Se é chato, sabia? – disse num sorriso.
E que sorriso. Não tinha percebido que a face dela era tão bela. Os dentes brancos e bem cuidados. Os olhos azuis combinavam perfeitamente com o nariz delicado e a boca fina que tinha. Nossa! Ela é muito bela.
- Sempre me dizem isso. – respondi.
Então um momento de silêncio. Ela me analisava como o caçador analisa a sua presa. Fiquei até um pouco admirado de como brilhava o olhar daquela mulher. Porém, não ficaria muito mais tempo lá... O meu ônibus já vinha.
- Até outro dia e boa noite! – disse
- Com certeza até outra noite! – desejou Patrícia a mim.
Viram? O nome dela é Patrícia... Engraçado... ela já falou comigo duas noites... sei lá! Glauberi arrasando cordiuns? Sobre os meus contos... Um novo capítulo domingo... este postorum está grande demais!

4 comentários:

Sinayoma disse...

Conta pra gente se acontecer alguma coisa,viu!
Você deve convidá-la pra sair qualquer dia desses! Mas não a convide pra cinema, como muitos caras fazem. Isso demonstra intenções muito mais “diretas”...vá com calma e conquiste a moiçola aos poucos!
Só tome cuidado pra que ela não seja um travesti da Avenida Industrial (hahahaha..eu não podia ficar sem essa!Uhuhuhuhuhu..kkkk)
Beijos
Gabi

Srta. Smilla disse...

É o seu "charmum latinum" (rs).

Não fique nervoso: você é um sujeito muito legal, é só usar um pouco mais do seu latim que ela vai cair de amores....


Boa sorte (e cuidado com o coraçãozinho!)

D ... disse...

ah...que coisa mais pura!

as mariposas foram parar no seu estômago.

pelo jeito seus olhinhos esverdiados já conquistaram a moça, assim como os azuis dela conquistaram vc.

agora ela vai arranjar uma desculpa pra aparecer sempre... hi! e nós, curiosas bisbilhoteiras esperaremos o desenlace da história.

Srta. Smilla disse...

Você, que é um moço muito inteligentum, sabe me dizer o que a seguinte frase significa:

"Et quœ
Desperat tractata nitescere posse relinquit"

é uma frase do Horácio que está citada num livro que estou lendo, e não tem traduçãO!

pOR FAVOR ME AJUDE: se eu não descobir o que é vou adoecer!

Se tiver alguma noção do que isso seja, me deixe um recado!