segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Io quericus serum

Bem... hoje irei postar o começo de um conto que eu mesmo fiz. Comentem.
Eu quero ser
Capítulo 1 – “Primeiras estórias”

Eu sou um garoto comum, vim de uma família comum, com pai, mãe, tios, avós, primos e tudo que uma família deve ter. Estudei em escolas comuns, e tudo foi tão comum que se escrevesse como foi comum a minha vida escolar, seria mais um livro comum. Mas como seria a minha história se tudo fosse diferente?
Isso, eu vou contar a minha história de maneira diferente! Mas diferente como? Contar na visão de uma outra pessoa? Comum demais. Explodir tudo? Não, comum de filme de ação.
Uma história que se preze deve ter romance, é o mais comum... Comum, comum, comum... Quero fugir do comum! Quero ir além do óbvio ululante que pulula nas mentes humanas! Acho que me empolguei. Porém, já sei como vou contar essa história.
Antes, gostaria de avisar que qualquer semelhança é a mais pura e inocente coincidência. Se você encontrar seu nome aqui, eu já peço desculpas adiantadas. São personagens totalmente fictícios assim como eu!
Tudo começou quando desci daquele bendito ônibus lotado numa manhã fria de uma segunda-feira. Era o primeiro dia de aula no CPF (Centro de Professores em Formação). O CPF era um centro específico de formação e aperfeiçoamento do magistério, ou seja, formava professores para lecionarem desde o ensino infantil até a quarta série do ensino fundamental.
A rua, que era uma subida longa e custosa, estava lotada de pessoas de uniforme pintando outras que não tinham uniforme. Eu sou muito precavido e por sorte já possuía o uniforme, sendo assim não fui pintado.
A maioria das pessoas que estudavam naquele local eram meninas. Uma taxa de dez meninas para um menino aproximadamente. Era um local estranho. Era uma construção antiga, parecia um belo presídio. Não tinha grandes janelas lisas, mas janelas enormes cheias de divisões. O prédio tinha muitas grades. Uma grade para entrar no pátio. Outra para subir a escada e ir para as salas, e mais duas para acessar as quadras. Tinha outra para o estacionamento dos professores. Uma grade para a secretaria e uma outra grade externa.
O local era muito agradável. O concreto cinza era o charme do local. Onde se olhava, havia aquele concreto cinza. Tinha também algumas árvores, na parte externa do pátio havia duas. Tinham mais quatro na arquibancada da quadra, seis no estacionamento dos professores e algumas na frente da escola.

Capítulo 2 – Memórias de um primeiro dia

O primeiro dia foi muito agradável. Já em sala, que ficava isolada das outras no andar térreo, tinham mais pessoas que deveria. Uns professores malucos e, é claro, alunos mais doidos ainda. Tentaram me enganar dizendo que eram professores. Enganaram a alguns, porém não a mim.
Conheci finalmente a minha querida sala: um bando de meninas chorosas, uma gangue do 30 de Fevereiro (uma escola estadual), algumas revolucionárias socialistas, um japonês que fedia a queijo parmesão, um moleque metido a besta com nome de cachorro.
Eu fiquei ao lado de três meninas, a Elisama, a Maria e a Jacqueline. A Elisama chorava por tudo. A Maria vivia reclamando. A Jacqueline vivia brigando comigo, por causa do nosso conflito de idéias. Porém, nos dávamos muito bem.
O maior problema daquela sala era a gangue do 30 de Fevereiro, que sempre atrapalhava a maioria das aulas. Quem deu esse apelido ao bando de meninas foi o nosso querido professor de Matemática: Fernando, conhecido vulgarmente por Fêfo.
Não posso me esquecer de outros professores, principalmente a Dora, professora de Química. Ela nos dava aula também de Ciências Físicas e Biológicas, traduzindo: Química novamente. Imagina você ter quatro aulas de química num único dia. Um pesadelo!
Em Língua Portuguesa e Literatura, temos a Rosimara, uma excelente professora, que no começo tinha o especial dom de curar insônia. A professora Loíde, de Geografia, tinha um jeito especial de dar aula: não parava de gritar um só minuto!
A professora Júlia, de Física, era toda atrapalhada. Tinha também a Roseli, a professora de Inglês. Era difícil alguém gostar dela. Também tinha outros professores, mas acho que esses são muito relevantes para esta história.

Capítulo 3 – Entre sabonetes e explosões

Estávamos em mais uma aula da Dora, fazendo sabonetes artesanais. Todas as turmas faziam os sabonetes no final de ano, e desta vez éramos nós. O local era o laboratório, onde havia tubos de ensaios, essências, parafina, glicerina e corantes.
Porém, neste dia, ocorreu uma estranha superpopulação no laboratório. Estavam todas as salas naquele mesmo ambiente. Uma bancada do A, outra do B e a última da sala mais amada do CPF de todos os tempos: o C.
Ninguém das outras salas olhava para a última bancada. O povo do C também não fazia questão. E estava um clima maravilhoso no laboratório.
- Pessoal, estamos atrasados na confecção desse sabonete de glicerina. – disse a Dora enérgica. – Precisamos desses sabonetes prontos para colocar na cesta de final de ano de todos os professores. Então vamos!
E cada bancada começou a confeccionar seu sabonete. Porém sobrava muita essência fosforescente na bancada do C e não havia nada nas outras. As outras bancadas começaram a reclamar. Então a bancada do C, iluminada pelo espírito (de porco), jogou o líquido fosforescente em cima das outras bancadas. O líquido se misturou ao resto de glicerina e somou-se ao forte cheiro que estava no ar, resultando numa grande explosão sonora, porém sem ferimentos de algum tipo.
Mesmo com a explosão sonora, os sabonetes saíram, e foram entregues a todos os professores que tinham e guardaram alguns para dar em ocasiões especiais. Todos os alunos também receberam os sabonetes, junto a uma cesta de produtos de beleza, com sais, hidratantes, xampus e muito mais.
Ah sim... bem vindos ao meu mundo! Pelo menos uma parte dele! Comentem!

2 comentários:

Anônimo disse...

hahaaaahhaaaa

Legal, Glauber...
Gostei de sua visão sobre nossos primeiros e sofríveis dias no CEFAM...

Coitado do Will... aaaahahhaaa

Bjs

D ... disse...

hehe!!
acho que eu conheço essa história. não que ela seja comum e tals...