Passando de pato para ganso, hoje postarei mais 3 CAPÍTULOS do conto EU QUERO SER... Como faz tempo que eu não posto ele, resolvi postá-lo em uma dose cavalar. E dentre esses capítulos que virão, está um dos melhores, pois "há uma guerra e eu não quero estar dentro dela!"
Capítulo 13 – Operação Gato Preto
Era mais um dia normal no CPF. Nada de interessante aconteceu nos últimos dias. Nada mesmo. Parecia que algo grave iria ocorrer. Eu aproveitei o tempo para estudar que elementos fizeram a mutação das pessoas criando esses “poderes”. Descobri que era o Carbono 15 que provocava tais interferências. A base dos poderes era o isótopo alfa do Carbono 15.
Nisso o meu braço começou a tremer, Marta novamente não resistiu a sua maldade e logo disparou “tremedeira é coisa de pessoas idosas”. Os projetores holográficos foram acionados e logo uma pessoa que parecia uma vassoura de bigode apareceu. Era o Fêfo.
- O que foi que aconteceu? – perguntei.
- Interceptamos uma ligação que evidencia uma operação muito perigosa que inclui você, então todo cuidado é pouco.
- Eu? O que será que querem comigo?
- Essa é a pior parte, pois não sabemos – concluiu Fêfo.
O relógio voltou ao normal e logo o seu radar estava piscando. Era o alerta para perturbações sonoras. E realmente era uma grade poluição sonora. A menina que fazia a irritante propaganda das Lojas Tragédia estava em cima de um trio elétrico anunciando as promoções de carpetes com seu horripilante bordão: “Quer apostar quanto?”.
Todos do CPF ficaram tão entusiasmados pela ilustre visita que foram à rua para recepcionar a convidada, retirando-a do trio elétrico e, claro, fazer uma gostosa massagem com socos e pontapés terapêuticos.
Nesse ínterim, ninguém percebeu que o trio elétrico estava lançando um nano robô. Esse nano robô tinha um alvo, a minha pessoa! Ele voou até onde estava, e entrou pela minha orelha. Logo estava alojado no hipotálamo, onde começou a comandar ações involuntárias.
Dominado pelo robô, desci até onde estava a baderna e logo ativei o “Contendor de Poderes
Capítulo 14 – A hora e a vez de tomar vergonha.
Passaram-se meses e até um ano daquele episódio. Tudo era diferente, tinha crescido um pouco. Continuava inteligente, com meu relógio mais que normal no pulso e uma mala pesada e com alça. Porém muita coisa mudou no CPF, saíram muitos professores e muitos alunos também, agora tínhamos quase os mesmos professores: a Iranilda e a Danielle. As novas professoras eram a Vilma e a Celine. E agora tínhamos um professor: o Oliveira. Quando Deus disse “Faça-se a luz” foi ele que fez a fiação elétrica.
Eu sentava na frente, junto ao Encosto e a uma menina que não era feia nem bonita, não era gorda e nem magra, não era alta e nem baixa. Quer dizer, uma pessoa normal. Mas não era um dia normal. A professora Danielle estava derretendo-se em lágrimas na sala, após uma longa temporada de licença que passou fugindo do peru. Todos estavam calados, enquanto ela choramingava seus mais profundos lamentos. Logo ele chegou ao ápice do livro das Lamentações:
- HÁ UMA GUERRA! HÁ UMA GUERRA! HÁ UMA GUERRA!
Um curto circuito fez com que o nano robô que estava alojado no hipotálamo, saísse do comando. Era a senha de desligamento que repetida o tanto de vezes que se seguiu causou a queima do robô. Nisso comecei a lembrar-me das últimas ações que fiz no dia do trio elétrico e logo resgatei a visão do “Desmemoriator
- O que você está fazendo, Glauber? – perguntou Juliana – mexendo em seu “Desmemoriator
- Como você sabe do “Desmemoriator
- Todo mundo tem um em seu celular, é moda agora... – respondeu Juliana com toda a calma do mundo.
- Cadê o 3ºA? Onde estou? – perguntei – E o que o Encosto faz aqui do meu lado?
- Tome vergonha, Glauber... Parece que bebeu cicuta! Você sabe muito bem que estamos no 4º ano C do CPF e essa é a nossa dupla! – respondeu a bondosa Juliana.
Ativei o “Desmemoriator” e logo tudo ficou muito mais claro. As memórias antigas juntaram-se as novas. As Póstumas juntaram-se ao Sargento de Milícias. E assim logo compreendi que estava em um novo ano, numa nova sala, com novos professores, novos colegas, novos amigos e velhos inimigos.
Capítulo 15 – A volta dos poderes que não foram
Era uma nova aula, a aula do Oliveira. Enquanto ele escrevia seu enorme texto na lousa, tentava recuperar e atualizar o meu relógio. Juliana olhava tudo atentamente e não falava nada. Nisso o relógio e o celular da Juliana começou a tremer. Os projetores holográficos começaram a funcionar e apareceu um jacu vestido de verde.
- Eu sou o Comandante C, e como o comandante F está desaparecido, devemos encontrá-lo. Para isso queremos que você, recruta J alie-se a nossa organização de espiões secretos para ajudar-nos nesta missão.
- Primeiramente Claudemar, recruta que nada, agente J e segundo, você está ridículo com esse uniforme verde abacate. – disse Juliana com a maior naturalidade do mundo.
- É Claudinei! A sua primeira missão agente J é localizar um tal de recruta G que o Comandante F coordenava. Ele deve estar escondido no Istambul ou em lugar pior. Encontre-o logo.
- Mas essa é uma tarefa muito difícil... Será que eu consigo? É tão difícil essa missão que fico até desesperada. – dissimulava Juliana.
- Tome vergonha Juliana, e pare de mentir para o Claudicante! E recruta uma pinóia! É agente G! – disse com firmeza.
- É Claudinei! E como você conseguiu localizá-lo tão depressa, agente J? – perguntou Claudinei.
- Foi uma tarefa muito difícil: olhei para o lado e vi que ele era a minha dupla! Difícil, não? – disse uma Juliana sarcástica.
- Bem, agente G, qual foi a última vez que você teve contato com o Comandante F? – perguntou Claudinei.
- Foi há um ano atrás exatamente. Ele avisou que havia um perigo eminente, porém nada adiantou, conseguiram tirar a minha memória e os poderes de todos estão contidos. – respondi.
- Pessoal, quero que vocês dois, agente G e agente J, formem uma dupla de espionagem e consigam deter esse plano maléfico que há por trás dessa escola. Tchau pessoal!
Os poderes estavam trancados por uma fonte eletromagnética que estava localizada na minha antiga sala de aula. Para ser desligada, era preciso fazer isso manualmente.
- Como é que você tem esse relógio? – perguntou Juliana.
- Do mesmo modo que você tem esse celular. – respondi.
- Mas eu comprei o meu celular. – disse Juliana.
- Eu também comprei o relógio. – disse calmamente.
- Mas como é que o seu relógio tem todas essas funções antigas e arcaicas? Você não tem vergonha de ter uma coisa tão antiga? – questionou Juliana.
- Você é que tem que tomar vergonha! Eu que construí a maior parte das funções do meu relógio! E ele não é antiquado, só está precisando de uma atualização e novas funções! Então tome vergonha! – enfatizei.
- Calma minhas duplas, não briguem que eu cheguei! – intrometeu-se Cíntia.
- Ai meu Deus! Chegou a Cíntia. – suspirou Juliana.
-Nesse tom eu fico até ofendida! Não quero mais ser sua dupla! Só vou ser a dupla do meu querido amigo Glauber, né Glaubinho? – ofendeu-se Cíntia.
- Sai, Encosto! Vá catar coquinho na lagoa! Vá caçar sapo no mato. Vá ver se eu estou na minha casa! – disse humildemente ao Encosto.
- Vocês me magoaram! Não quero mais ser suas duplas! E também não vou contar onde o meu namorado me levou no final de semana... – ofendeu-se (mais uma vez) Cíntia.
- Conta logo, Cíntia! Pare de embromar que eu vejo que você está doidinha para contar. – disse Juliana – Desembucha!
- Mesmo vocês me magoando, eu contarei! – disse Cíntia recolhendo a emotividade – O meu namorado me levou ao bar e lá eu experimentei pinga com mel no bambu. Mas foi só um pouquinho! Eu juro!
- Ai meu Deus! – Juliana e eu dissemos juntos – Temos uma pinguça em nosso meio! Sai sua pinguça!
E quando nós dois batemos no ombro de Cíntia, algo estranho aconteceu. Ela começou a ficar vermelha e estava muito confiante e valentona. Porém estava muito mais xarope que antes.
- De tantos superpoderes a apresentar, escolheu o mais inútil: ficou valentona e xarope. Que beleza... – concluiu Juliana.
- Agente J, esqueceu do que temos de fazer? – perguntei.
- Não, vamos lá agora agente G! – respondeu Juliana.
- Eu posso ser a agente C de coração? – intrometeu-se Cíntia.
- Você está mais para agente X de chata! – respondi.
- Mas chata é com CH! – retrucou Cíntia.
- Por isso, você está muita chata de xarope daí o X! – conclui Juliana.
- Não entendi, mas vou com vocês! Eu sou muito corajosa! – gabou-se Cíntia.
- Vamos! – disse mal-humorado.
E aproveitamos o horário vago para irmos até a sala dois, onde estão contidos os poderes. Olhava para os lados para ver se estávamos sendo seguidos. No corredor havia somente Priscila e Kátia que conversavam animadamente.
Entramos na sala com o aparelho “Chave-Mestra” que existia em meu relógio. A sala estava sem as carteiras, sem luz, sem cortina, sem rabisco nas lousas, sem nada. Os armários estavam escancarados e completamente vazios.
- Aqui não tem nada, Glauber, está vazia de tudo esta sala. – disse Cíntia.
- As aparências enganam! – disse.
Cheguei ao meu antigo armário e toquei num pequeno botão escondido. Abriu então uma enorme máquina brilhante que tinha um imã em seu topo e emitia ondas eletromagnéticas contendo os poderes conhecidos.
- Se essa máquina continha os poderes, por que a Cíntia manifestou os superpoderes? – perguntou Juliana.
- Boa pergunta... Não sei te explicar o porquê. – respondi.
Acionei o meu relógio e com algumas teclas apertadas consegui desativar a máquina. Ela parou de emitir as ondas eletromagnéticas e todos que tinham poderes estavam aptos a utilizá-los novamente, se lembrassem. Para isso, logo utilizei uma cabo de última geração existente em meu relógio para utilizar aquele imã para desativar os efeitos do “Desmemoriator
- Terminei! – disse satisfeito.
- Eu acho que apenas começamos! – disse uma ninja vestida com trajes ninjas rosa fosforescente.
- Entregue-se e nós lhe garantiremos uma morte rápida! – disse uma outra mulher vestida como uma escocesa, só que totalmente verde abacate.
Tanto Cíntia quanto Juliana estavam presas por um laço que saia dos cabelos da mulher vestida de verde abacate. A porta estava trancada e aquela “samurai” estava impedindo a passagem.
- Eu me entrego, deixe-me retirar o meu relógio... – disse tão verdadeiro quanto um diamante feito de vidro.
Fingi que ia retirar o relógio e acionei o flash cósmico, que cegou a quase todos, porque eu ativei os óculos escuros cósmicos. Aproveitei essa brecha para salvar Juliana e Cíntia. Levei-as até a porta, mas esta estava trancada com um feixe eletromagnético muito potente que daria um grande trabalho para desligá-lo.
-Vocês não escaparão de nós. Ninja e Laços. – disseram as duas inimigas.
- Juliana, ativar o código roxo com quadrados vermelhos! – disse apertando botões do meu relógio.
- Certo! Ativar sensores orgânicos! – disse Juliana empunhando o seu celular.
Um feixe de luz verde mapeou toda a sala e logo percebemos que as duas inimigas estavam sendo controladas por nano robôs, que estavam no cérebro. Era um caso muito parecido com o meu.
- Não podemos machucá-las! Elas não têm culpa! – disse Juliana.
- O jeito é fugir! – disse animadamente.
E começou uma bela brincadeira de pega-pega dentro da sala dois. A Cíntia corre para um lado, eu para outro, a Juliana era perseguida pelas duas. Raios verdes e de outras cores estranhas eram ativados para tentar paralisá-las, porém nada dava certo. Até que fomos encurralados pelas inimigas. Não tinha jeito de escapar.
- Eu vou enfrentá-las! – disse Cíntia corajosa.
- Então vai, Encosto – disse empurrando-a.
As duas inimigas vieram correndo com seus poderes na direção de Cíntia. Cíntia provocava as duas. Elas retiraram todos os seus poderes e num estrondo, sobrou a Cíntia em pé e as duas desmaiadas no chão. Era um milagre?
- Cíntia, você se transformou num encosto? – perguntou Juliana atravessando o corpo de Cíntia com uma mão.
- Está explicado o estrondo. As duas se chocaram e uma desferiu o golpe na outra. – conclui.
- Juliana, eu vou ficar assim para sempre? – perguntou Cíntia.
- Não sei... É isso o que dá não tomar vergonha! – exclamou Juliana.
- Você não ficará assim para sempre... Só por alguns minutos até você atravessar a porta e me indicar onde está o aparelho. E você, Juliana, tome vergonha e extraia delas os nano robôs.
- Você não manda em mim... Eu só vou fazer porque eu quero. Se eu não quisesse, não faria. E quero falar outra coisa: tome vergonha você... – retrucou Juliana.
Fizemos tudo isso numa rapidez inimaginável, que conseguimos até descer para a cantina e comermos um lanche antes das próximas aulas.
2 comentários:
A hora e a vez de augusto matraga. Gosto mais dos contos de primeiras estórias. não li seu post.
Não sabe o quanto eu fiquei feliz por saber que eu ainda sou uma leitora amada! :)
E também por te ver de novo no meu blogue - o sr. estava sumido, ein?
Você é muito gracioso!
Bjos.
(os contos estão ótimos como sempre)
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