sexta-feira, 15 de junho de 2007

Remissus

Caros Leitores e Amadas Leitoras, para surpreendê-los, poesia!
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Remissão
Carlos Drummond de Andrade
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Tua memória, pasto de poesia,
tua poesia, pasto dos vulgares,
vão se engastando numa coisa fria
a que tu chamas: vida, e seus pesares.
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Mas pesares de quê? perguntaria,
se esse travo de angústia nos cantares,
se o que dorme na base da elegia
vai correndo e secando pelos ares,
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e nada resta, mesmo, do que escreves
e te forçou ao exílio das palavras,
senão contentamento de escrever,
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enquanto o tempo, e suas formas breves
ou longas, que sutil interpretavas,
se evapora no fundo de teu ser?
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Uma das minhas poesias preferidas...

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