sexta-feira, 8 de junho de 2007

Dies amatii

Caros Leitores e Enamoradas Leitoras (o dia dos namorados está chegando!), como está perto do dia dos Namorados, esse amável dia do amor, eu colocarei (para não distoar dos outros blogeruns de meu linquorum) um trecho de uma obra literária, especialmente escolhida! Posso dizer que é uma reflexão imoral desse autor ilustre (e bota ilustre nele). Ele não é um defunto autor... Muito ao contrário, mas vou dar voz a ele...
"Ocorre-me uma reflexão imoral, que é, ao mesmo tempo, uma correção de estilo. Cuido haver dito que Marcela morria de amores pelo Xavier. Não morria, vivia. Viver não é a mesma coisa que morrer; assim o afirmam todos os joalheiros desse mundo, gente muito vista na gramática. Bons joalheiros, que seria do amor se não fossem os vossos dixes (jóias) e fiados? Um terço ou um quinto do universal comércio dos corações. Esta é a reflexão imoral que eu pretendia fazer, a qual é ainda mais obscura do que imoral, porque não se entende bem o que eu quero dizer. O que eu quero dizer é que a mais bela testa do mundo não fica menos bela, se a cingir um diadema de pedras finas; nem menos bela, nem menos amada. Marcela, por exemplo, que era bem bonita, amou-me..."
Esse ilustre autor, que daqui a pouco direi o nome, nos deixa uma reflexão propícia para o dia dos Enamorados. Tudo isso não passa de um verdadeiro comércio dos corações... O amor vale quanto? Quer pagar quanto pelo meu amor? Eu valho mais, sou 0 km, ops, quis dizer virgem... Este mundo em que vivemos nos transforma em mercadoria... Caros Leitores, ai de vocês se esquecerem do presente de suas namoradas, pois o inferno será o se destino. Felizes aqueles que lembram do presente de suas namoradas, pois deles é o paraíso! Depois dessa pequena paródia (Kyrie Eleyson!) Volto ao meu amigo escritor... O nome dele é Brás... Brás Cubas! Tirei tal trecho do livro de Machado de Assis (eu também sou Machado, mas Glauber) Memórias póstumas de Brás Cubas, e agora dou o lugar, novamente ao defunto autor (vai dizer que ele não é famoso?):
"... Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos."
Feliz Dia dos Namorados!
(E eu continuo sozinho, mas onze contos de réis? Não tenho nem R$ 1,00!)

Um comentário:

Sinayoma disse...

Glauber, é claro que o mundo fez do dia dos namorados um comércio, um dia "materialístico". Mas não esqueçamos do amor que é sempre algo tão belo e raro! =)

Que hoje seja um dia de muitos amores. Porque eu não tenho ninguém também!

bjosssssssss